Volpi - A emoção da cor

Com curadoria de Denise Mattar, a Almeida & Dale Galeria de Arte apresentou em 2014 a exposição VOLPI - A Emoção da Cor, com 80 obras de diferentes fases de sua produção, revelando o percurso de Alfredo Volpi (Itália, 1896 – Brasil, 1988), um mestre singular e um dos maiores artistas que o Brasil já produziu.

Na seleção, a curadora priorizou obras inéditas, sem deixar de mostrar alguns trabalhos emblemáticos do artista, e manteve o caráter didático que caracteriza suas montagens. Integraram a exposição gravações de depoimentos do próprio Volpi e imagens de sua longa vida. A mostra apresentou pinturas da década de 1920, quando o artista era considerado um impressionista, revisitou trabalhos dos anos 1930, período do Grupo Santa Helena, e enfatizou a produção dos anos 1940, fase de transição, na qual se delineia um novo caminho. O Volpi já pleno da década de 1950, época das “bandeirinhas”, evolui para o domínio total da cor e da forma na década de 1960, atingindo em 1970 o ápice nos processos de ritmo e permutação das cores.

A mostra ofereceu assim uma visão completa da trajetória de Volpi, que começou como pintor de paredes e viveu praticamente toda a vida numa modesta casa do Cambuci, bairro tradicional de São Paulo. Entre os artistas que admirava, cujas influências se via nas obras expostas, estavam Giotto, Margueritone, Picasso, Cézanne e Dufy - mas seu preferido sempre foi Matisse. Conhecia tudo sobre técnica e usava a têmpera por opção. Fazer chassis, esticar telas e preparar as tintas era para ele parte do processo da pintura. Considerava pintar um trabalho árduo e trabalhava todos os dias. Sua sensibilidade artística era muito apurada e como mostrou a exposição, sua obra tem, em todas as fases, características originais e incomuns.