Rubem Valentim
Salvador - Bahia, 1922 São Paulo - São Paulo, 1991
Rubem Valentim trabalha com referências e apropriações do universo religioso da matriz africana no Brasil, principalmente o candomblé e a umbanda. Instrumentos do culto, estruturas físicas dos terreiros e a simbologia das entidades aparecem como signos; imagens estilizadas criadas a partir de uma sóbria estetização dessas figuras. Esses emblemas, que já são originalmente geometrizados, aparecem rigorosamente configurados em suas pinturas, relevos e esculturas.
Para além de meras apropriações formais das imagens religiosas, Valentim mantém a conexão desses emblemas com suas origens, reforçando o laço com os sentidos que manifestam, como proteção, sexualidade, nascimento, morte, renascimento; o ciclo da vida e da natureza. Constrói, assim, seu próprio universo simbólico.
Em 1966, participou do Festival Mundial de Artes Negras no Senegal. O artista define sua escultura de concreto instalada na Praça da Sé, em São Paulo, como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira. Seu trabalho Templo de Oxalá, constituído de relevos e objetos brancos emblemáticos, foi um dos maiores destaques da 16a Bienal Internacional de São Paulo, em 1977.