Durante uma entrevista com o crítico e pesquisador Paulo Herkenhoff, Anna Maria Maiolino disse: “Eu não sou uma artista limpa, sou uma artista contaminada”. Essa permeabilidade a qual se refere é presente em seu trabalho como gravurista, pintora, escultora e artista multimídia.
Ao chegar no Rio de Janeiro no ano de 1960, Anna Maria iniciou seus estudos de gravura na Escola Nacional de Belas Artes. Neste período já produzia múltiplos objetos, mas trabalhava principalmente com xilogravuras de grandes dimensões. Sua obra tratava de temas urbanos, muitos deles relacionados ao cotidiano e à condição da mulher na sociedade.
Anna Maria morou nos Estados Unidos de 1968 até 1971 e durante essa estadia se dedicou ao desenho, inspirando-se na poesia experimental dos anos de 1960. Ao retornar ao Brasil, passou a pesquisar meios e materiais alternativos, dedicando-se por exemplo à exploração do filme e à criação de instalações. Em outra virada estilística, a partir dos anos de 1980 voltou-se para a produção de pinturas e de esculturas em argila, explorando os limites desse material. Sua obra é extensa e múltipla, resultado da trajetória de uma criadora inquieta e atenta a seu tempo.