Almeida & Dale apresenta seis artistas na Frieze Los Angeles 2025
14/02/2025
Para a Frieze Los Angeles 2025, a Almeida & Dale apresenta uma seleção de obras históricas de Amadeo Luciano Lorenzato (1900, Belo Horizonte, MG, Brasil-1995, Belo Horizonte, MG, Brasil) e Hélio Melo (1926, Boca do Acre, AC, Brasil-2001, Goiás, Brasil), ao lado de trabalhos recentes de Gustavo Caboco (1989, Curitiba/Roraima, Brasil), Ivan Campos (1960, Rio Branco, AC, Brasil), Jaider Esbell (1987, Terra Indígena Raposa Serra do Sol/Normandia, RR, Brasil-2021, São Sebastião, SP, Brasil) e Lidia Lisbôa (1970, Terra Roxa, PR, Brasil).
O conjunto destaca a prática de artistas de diferentes origens, enfatizando suas relações com o mundo natural, expressas por meio da escolha de materiais ou de seus temas — a representação de paisagens, narrativas mitológicas ou cosmologias particulares. Com abordagens artísticas distintas, esses artistas lançam luz sobre a ação humana diante da natureza ao longo do tempo e em diferentes regiões do Brasil.
O trabalho de Lorenzato expressa um olhar atento e de admiração pela natureza. Suas pinturas permitem compreender o modo como a agricultura e a urbanização moldaram a paisagem de Minas Gerais entre as décadas de 1970 e 1990.
Da mesma forma, Melo, que trabalhou como seringueiro — um trabalho árduo que envolvia a extração e o transporte do produto das seringueiras —, como artista autodidata, retratou cenas cotidianas aliadas a histórias, contos e criaturas mitológicas da cultura amazônica.
Reflexões sobre a relação entre identidade e território também são suscitadas pelas obras de Caboco e Esbell. Ao criar traduções visuais dos universos mítico e espiritual do povo Macuxi, Esbell foi uma figura central em um movimento que expandiu a participação de toda uma geração de artistas indígenas contemporâneos. Por sua vez, Caboco investiga o deslocamento e o apagamento da história de povos indígenas em museus e na literatura, tecendo uma rede de indivíduos, objetos e memória Wapichana que se expande pelo mundo. A prática de ambos oferece perspectivas nas quais a natureza e os indivíduos são intrinsecamente conectados.
A floresta tropical é catalisadora das pinturas de Campos, que são densamente povoadas por figuras de animais, espécies variadas de plantas e formas que oscilam entre o reconhecível e o enigmático. Elas são uma personificação fantástica da relação do artista com a floresta que circunda a sua cidade, Rio Branco, no Acre.
Com base em memórias de infância, as séries de trabalhos de Lisbôa receberam os títulos Casulo e Cupinzeiros. Enquanto o primeiro se refere à capacidade de transformar e reescrever memórias, o segundo — uma imagem comum em Terra Roxa, onde cresceu — interpreta os ninhos dos cupins como uma forma de tecnologia e arquitetura da terra, resultando em esculturas que falam de uma biografia imbuída do território de origem.
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Frieze Los Angeles 2025
Estande B12
Santa Monica Airport
3233 Donald Douglas Loop S, CA 90405
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Detalhe da obra Seringueira (1987) de Hélio Melo
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