Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos
Curadoria: Denise Mattar
18.03 — 28.05.2016
A exposição Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos, com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Elisabeth Di Cavalcanti, abordou mais de duas décadas da rica produção do artista, compreendendo os anos de 1925 a 1949, com cerca de 50 obras do artista – entre óleos, aquarelas, guaches.
A realização da mostra foi acompanhada pelo lançamento, promovido pela Almeida & Dale Galeria de Arte, do livro Di Cavalcanti - Conquistador de Lirismos (o livro) trará mais de 200 obras do artista, em publicação da Editora Capivara. Também com curadoria de Denise Mattar e consultoria de Elisabeth Di Cavalcanti, a edição revestiu-se de especial importância, pois, embora sendo um dos mais conhecidos e importantes artistas brasileiros, Di Cavalcanti tem poucas publicações sobre seu trabalho. A maior parte delas realizada há muitos anos e esgotadas.
A fecha curatorial que compreende os anos de 1925 a 1949 marca um período de amadurecimento, transformação e virada na obra do artista.
Ao longo destes 24 anos que compreendem, Di Cavalcanti elenca os principais temas de sua obra: as pessoas comuns, os sub-urbanos, retratados na favela, nos botecos, nas docas, nos bordéis, nas festas populares, e as mulheres - mulatas, negras, brancas, ricas e pobres, morenas e loiras, retratadas num clima lírico e sensual, dolente e langoroso. E os opostos que colocava em convivência – o lirismo e a sensualidade, o real e o fantástico, o cotidiano e o extraordinário, a razão e a emoção –, compondo um universo artístico que classificava como realismo mágico.
Mais do que qualquer outro artista, Di Cavalcanti conseguiu exprimir em suas telas o lirismo do povo brasileiro e a nossa sensibilidade sentimental e sensual. As suas mulheres lânguidas, os trabalhadores suados, a musicalidade que emana das gafieiras; tudo transborda poesia. De suas paisagens desprende-se o perfume de flores baldias, rendas de ferro se entrelaçam e brilha uma transparência azul, que mistura céu e mar. Este amor está reiterado de forma poética e envolvente nos livros Viagem de minha vida e Reminiscências líricas de um perfeito carioca. Pintor-poeta, amigo de muitos amigos, amante de muitas mulheres, personagem de si mesmo, Di foi um eterno apaixonado pelo Brasil.