Aldo Bonadei – Lírico e experimental
Curadoria: Denise Mattar
07.11 — 06.12.2013
Com curadoria de Denise Mattar, a mostra Aldo Bonadei – Lírico e experimental foi realizada em ocasião dos 40 anos da morte do artista, reunindo cerca de 30 trabalhos entre óleos, colagens e tecidos, reunindo obras produzidas nas diferentes épocas de sua vida. A exposição incluiu ainda uma cronologia ilustrada, poemas e textos do artista, objetos do seu atelier e suas músicas preferidas.
Aldo Bonadei (1906-1974) foi uma personalidade rara entre os artistas paulistas. Participou do Grupo Santa Helena, formado por artistas como Francisco Rebolo Gonsales, Manoel Martinse Alfredo Volpi. Mas, apesar da afinidade com o grupo, sua produção é mais complexa, e seu estilo é inconfundível.
Poucos artistas brasileiros tiveram tão grande envolvimento com a pesquisa plástica, e a busca da inovação foi uma constante em sua trajetória. Seus primeiros trabalhos são quase acadêmicos, aos poucos as lições do cubismo foram por ele assimiladas numa expressão inteiramente pessoal, e de forma pioneira trilhou os caminhos da abstração. Na década de 1940, quando, no Brasil, havia uma absoluta rejeição à abstração, pintou as suas impressões musicais, transmitindo plasticamente suas sensações. Uma dessas pinturas foi apresentada na exposição juntamente com a música que inspirou o artista a produzi-la.
Bonadei exercitou sua criatividade em várias áreas. Criou quadros-objetos incorporando diversos materiais, como bordados e costuras sobre tela, projetando experiências profissionais próprias, oriundas de seu grupo familiar, dedicado à costura e ao bordado. Fez gravuras utilizando processos inéditos de gravação. Mudou o suporte da pintura de forma inovadora eliminando a moldura. Pintou tecidos e criou padrões para a indústria. Fez projetos gráficos, criou cenários e figurinos para a Cia Nydia Lícia e para Walther Hugo Khoury. Escreveu poesias e considerações sobre os processos de criação plenas de lirismo.