Agnaldo Manuel dos Santos – A conquista da modernidade
Curadoria: Juliana Bevilacqua
31.10 — 11.12.2021
Na exposição “Agnaldo Manuel do Santos – A conquista da modernidade”, a curadora Juliana Bevilacqua apresentou um panorama da obra e da trajetória artística de Agnaldo Manuel dos Santos, nascido na Ilha de Itaparica, BA, em 1926. Em 1947, passou a trabalhar como vigia no ateliê de Mário Cravo Júnior e rapidamente se tornou assistente do escultor, apresentando muita habilidade no manejo de vários materiais, inclusive a madeira. Por volta de 1953 Agnaldo se tornou artista, um escultor de madeira.
Com cerca de 60 obras, a expografia da mostra foi organizada em eixos que contemplavam grandes temas abordados na produção do artista: “Esculpindo uma Trajetória”, “O Universo das Carrancas”, “Sobre Gente e Afeto”, “A África de Agnaldo” e “Entre Santos e Ex-votos”, apresentado assim as constantes referências às culturas e às tradições brasileiras, uma constante em sua poética.
Agnaldo sempre foi tido por grande parte da crítica de arte como um criador espontâneo, trabalhando a partir das ressonâncias africanas na diáspora em sua memória e seu inconsciente. No entanto, pesquisando sua obra desde 2013, a curadora Juliana Bevilacqua retomou a trajetória do artista, apresentando na exposição fotos, depoimentos, documentos e textos que mostram como foi a sua circulação no meio artístico. A partir destes registros, foi possível compreender o papel das pesquisas, dos contatos com outros artistas, dos estudos que realizou e das inúmeras referências das quais se apropriou e ressignificou em suas obras. A curadoria apresentou, assim, um Agnaldo que conviveu e dialogou com outros artistas modernos e fazia escolhas conscientes que iam de encontro com as suas origens africana, subvertendo o lugar de “artista popular” no qual muitos críticos o colocavam.