Além de escultor, Mestre Didi é um iniciado da tradição iorubá Egun (culto aos ancestrais). É fundador da Sociedade Religiosa e Cultural Ilê Asipá, do culto aos ancestrais Egun em Salvador, Bahia.

Suas esculturas, feitas com madeira, metal, sisal, bambu e contas, são herdeiras da arte tradicional do povo Iorubá e dos objetos litúrgicos, bem como, das representações simbólicas de entidades do culto aos ancestrais.

Sua obra consegue ressignificar elementos estéticos da arte ritual ancestral iorubá em composições autorais, nas quais incorpora uma estética pessoal em diálogo com a permanência e a tradição da cultura africana original. Símbolos da gramática visual iorubá, como pássaros, cobras, lanças e chamas são retrabalhados pelo autor em peças que evocam a ancestralidade, as entidades e as narrativas da religião deste povo africano.

Mestre Didi dedica-se à valorização e divulgação da matriz cultural africana. Publicou uma série de títulos sobre a cultura afro-brasileira, alguns com ilustrações de Carybé. Nas décadas de 1960 a 1990, participou de inúmeros institutos e congressos sobre os estudos africanos e afro-brasileiros.