Flávio de Carvalho | Almeida & Dale

Flávio de Carvalho

Barra Mansa - Rio de Janeiro, 1899 Valinhos - São Paulo, 1973

Modernista ímpar, com uma produção experimental e multifacetada, Flávio de Carvalho foi um arquiteto, artista visual, teórico, e agitador cultural, além de ser nome ligado às artes cênicas, autor de O bailado do Deus morto, peça encenada pela primeira vez em 1933 na inauguração do Teatro da Experiência. A relevância de Flávio de Carvalho para a História da Arte brasileira é, em grande medida, atribuída ao caráter inovador e provocativo de seu pensamento estético, e pelo sentido interdisciplinar de sua prática, que aponta para uma modernidade complexa e em processo. Nos anos 1930, foi um dos fundadores do CAM, o Clube de Artistas Modernos. Considerado por estudiosos do tema um dos pioneiros da performance no contexto brasileiro, ele realizou, em 1931, a Experiência n° 2, ação em que caminhou de chapéu no contrafluxo de uma procissão de Corpus Christi. A atitude indignou os devotos, que quase lincharam o artista. Em 1956, Flávio Carvalho realizou a Experiência n ° 3, em que caminhou na rua com seu “New Look”, um conjunto de camisa e saia, que causou alvoroço no centro da cidade de São Paulo. Essa experiência englobou questões da moda, costumes e, de maneira Irônica, promoveu um debate sobre a cultura tradicional, em plena década de 1950.

As escolhas de Flávio de Carvalho confluíam para uma compreensão do indivíduo. A subjetividade era um laboratório para o artista, que muitas vezes testava “zonas limites”, no que se refere a emoções extremas e conflitos humanos, incluindo entre eles aspectos da morte, religiosidade e sexualidade. Alguns críticos também atribuem teor psicanalítico à sua produção plástica.

Além disso, Flávio de Carvalho foi um exímio desenhista, formado em engenharia, e um intelectual fascinado pela filosofia, arquitetura e ciências humanas. Com uma formação acadêmica de engenharia na Inglaterra, realizou paralelamente seus estudos na King Edward VII School of Fine Arts. Se contemporaneamente é visível o interesse pelo Flávio de Carvalho experimental, em que se destaca a originalidade de suas performances e a marcante irreverência do artista, igualmente relevantes são suas pinturas e desenhos que demonstram desenvoltura plástica e a formalização notável de temas distintos.

Pinturas de Flávio de Carvalho, como o Retrato de Mário de Andrade, de 1939, permitem observar linhas dinâmicas, de matiz expressionista, e um uso controlado da cor, que cria jogos, de diferentes planos e uma interessante relação entre figura e fundo. A pincelada é visível e caracterizada por dinâmicas heterogêneas, com destaque para o rosto do personagem retratado que é elaborado em pinceladas mais sutis, com deposito da tinta sobre a tela.

Ao longo de sua produção, Flávio de Carvalho realizou inúmeros retratos de personalidades importantes de seu tempo e figuras de seu convívio próximo. Entre estes, poetas, músicos, artistas visuais, psicanalistas e escritores. Também esteve envolvido na concepção de projetos arquitetônicos na cidade de São Paulo, como a Cidade do Homem Nu, um tipo de manifesto de uma cidade modernista. O projeto, concebido por Flávio de Carvalho, mostra um pouco dessa utopia de criar o “novo homem”, muito pertinente ao espírito das vanguardas. A arte e arquitetura, na visão do artista, poderiam estar unidas em favor da criação de outras práticas culturais.

As obras de Flávio de Carvalho integram coleções particulares e institucionais relevantes. Entre elas as do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM SP, Museu de Arte Brasileira - MAB FAAP, Pinacoteca Municipal do Centro Cultural São Paulo - CCSP, Fundação Edson Queiroz, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP, Acervo da Associação Paulista de Medicina e Instituto Moreira Salles - IMS.

Figura feminina, 1930

óleo sobre tela
43 x 31 cm

Retrato do arquiteto e pintor Carlos Prado, 1933

óleo sobre tela
46 x 33 cm

Paisagem Estival, 1964

óleo sobre tela
54 x 65 cm

Autorretrato psicológico, 1930

bronze
42 x 22 x 23 cm

Sem título, 1973

nanquim sobre papel
69 x 49 cm

Soldado, Década de 20

bastão de cera sobre papel
34 x 27 cm

Retrato de Amélia Magalhães Gouveia, 1964

óleo sobre tela
90 x 70 cm

Sem título, 1929

aquarela sobre papel
56,5 x 48,5 cm

Retrato de Ernesto Wolf, 1954

óleo sobre tela
92 x 73 cm
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