Carybé retratou como poucos o rico universo da religiosidade e da cultura afro-brasileira. Nascido como Héctor Bernabó, na Argentina, sua primeira visita à Salvador foi em 1944, e desde lá, demonstrou interesse na cultura e religião locais. Após trabalhar no jornal Tribuna da Imprensa, Carybé mudou-se definitivamente para Salvador entre 1949 e 1950, a convite do jornalista Carlos Lacerda. Lá, aprofundou seus estudos sobre as heranças culturais e a religiosidade africana e participou do movimento de renovação das Belas Artes junto com Mário Cravo Júnior, Genaro e Jenner Augusto. Torna-se brasileiro naturalizado em 1957.
Além dos temas religiosos como o Candomblé, Carybé também se interessou pelos costumes locais e pelo cotidiano de pessoas humildes, como pescadores, vendedores ambulantes, capoeiristas, lavadeiras e prostitutas; constantes figuras em sua obra.
O artista também realizou diversos painéis, dentre eles, no Aeroporto J. F. Kennedy, Nova York, e no Banco da Bahia, painel composto por 27 pranchas de cedro esculpidas e que retratam os Orixás do Candomblé. Publicou o álbum Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia e ilustrou livros de Gabriel García Márquez, Jorge Amado, Pierre Verger e entre outros.